quinta-feira, 5 de julho de 2012

O arroto bovino faz mal ao meio ambiente?





 
BRASIL03/07/2012

A flatulência do boi


Quando criança lá na fazenda ouvia meu pai dizer em tom de brincadeira, “vamos boi veio, anda bicho peidoreiro”. Hoje fico me perguntando: será que ele tinha razão? Parece que meu velho previa o futuro ou pelo menos já o antecipava, e olhe que ele era apenas um simples e orgulhoso sertanejo.

Deixando de lado meu querido pai, vamos às mais novas invencionices de ‘ongueiros’ norte-americanos, franceses, alemãs e brasileiros que não sabem a diferença entre um paquiderme e um térmita, e ficam falando abobrinhas ao vento, culpando países periféricos pela poluição atmosférica, em especial pelo aumento da produção da bufa bovina. Isso é brincadeira, não?

Sem qualquer comprovação científica, esse pessoal vem afirmando que a bufa e o arroto bovino aumentam o efeito estufa. Até a Assembleia Legislativa de Mato Grosso tá entrando nessa? (A Gazeta, 26/06/1012) Inacreditável, não? Pois bem, pelo sim ou pelo não, o boi brasileiro e em especial o rebanho mato-grossenses, é a bola da vez!

Pelo que se vê, esse indisciplinado, mal-educado e analfabeto animal não aprendeu a conter seu arroto e com isso a vaca vai prô brejo, não é mesmo? Segundo análise de ongueiros e ambientalistas meia- pataca, esse energúmeno gasoso é a mais nova modalidade a colocar o Brasil entre os vilões que mais poluem o planeta, uma vez que possui o maior rebanho bovino do mundo.

Cadê os 
pecuaristas e produtores rurais, os gestores públicos que atuam na área para contrapor essa falácia? Sabemos há séculos quem são os verdadeiros poluidores globais. Embora sendo detentor da maior floresta tropical nativa do mundo com 87% de biomas preservados, única nação do planeta com tal capacidade, inteligência e competência para mantê-la viva e preservada, ainda assim o Brasil sofre ataque gratuito de ongueiros e ambientalistas meia-pataca.

Anualmente, são lançados 23 bilhões de toneladas de gás carbônico na atmosfera. Desse montante, 37% é emitido pelos Estados Unidos e o Brasil emite apenas 3% desse gás.

Para evitar o aumento de poluentes atmosféricos, o Brasil vem criando tecnologias de ponta implantando novas modalidades alternativas de produção e uso de combustíveis - etanol, biodiesel - energia hídrica, eólica... Sem emissão de produtos tóxicos na atmosfera, servindo de exemplo a outros países, façanha que tem a exclusividade de cientistas e do empresariado brasileiro, ainda assim pipocam ongueiros e ambientalistas meia-pataca, falando ao vento agora do peido do boi.

Quem deveria ser responsabilizado e ter o mínimo de sensibilidade com a questão da poluição ambiental seriam os mandatários dos Estados Unidos, Alemanha, Japão, China, França, Inglaterra e seus respectivos ongueiros e ambientalistas meia-pataca, que são os sujismundos do planeta, e não o boi brasileiro genuinamente vegetariano.

Como se sabe, a concentração de material particulado na atmosfera é sem dúvida um sério problema de saúde pública, e pelo que se vê a situação parece alheia aos que mais contaminam o mundo, não? Gratuitamente, ongueiros e ambientalistas meia-pataca fazem suas pontarias para o Brasil, como se tivéssemos grande culpa nesse campo.

Sabemos de nossas responsabilidades e estamos mais do que ninguém trabalhando para amenizar, impactos em ambientes antropizados, e preservando ambientes naturais. Em matéria de preservação, podemos assegurar que o Brasil é professor a dar aulas para o resto do mundo.

Todo dia nasce no país um novo invento de uso alternativo do meio ambiente, todo dia cidadãos leigos ou letrados mostram ao mundo a criatividade brasileira na preservação da vida, algo que muito nos orgulha.

Enfim, a largada foi dada: os 141 países membros da ONU teriam que apresentar bons resultados sobre o controle ambiental na “Rio+20”, e pelo que se viu foi um verdadeiro fiasco global. Por sorte, a iniciativa privada brasileira salvou o barraco apresentando resultado concreto de seus feitos, mostrando ao mundo como produzir sem poluir.

Penso sinceramente que seria de bom-senso se os gestores públicos brasileiros começassem a melhorar a comunicação ambiental no país, mostrando como o povo brasileiro vem trabalhando para preservar a vida nesta preciosa paragem que todos gostariam de tê-la.



*ROMILDO GONÇALVES - biólogo, mestre em Educação e Meio Ambiente, perito ambiental em Fogo Florestal e prof./pesquisador – UFMT/Seduc

romildogoncalves@hotmail.com

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